25 de ago. de 2010

Dúvidas de jovens sobre bullying

Autora do livro Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva foi a convidada de terça-feira do Conversa no Praia, programa cultural no formato talk-show promovido pelo Praia de Belas Shopping e pela Saraiva MegaStore.

Ana Beatriz tornou-se best-seller com o livro Mentes Perigosas – O Psicopata Mora ao Lado, obra que vendeu mais de 400 mil exemplares. No seu mais recente livro, a autora se dedica a vítimas de bullying, buscando alertar para o problema e ajudar pais, educadores, crianças e adolescentes.

Ana Beatriz traz em Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas informações para a identificação do problema e seus efeitos, e também o que se pode fazer para combatê-lo.

A seguir, perguntas feitas por leitores do Kzuka e enviadas à especialista por e-mail:

Palestras antibullying para os alunos têm resultados concretos?
Julia Roberta Garcia, 15 anos

Ana Beatriz – Com certeza. Não somente palestras para os alunos como também para professores, a todos os funcionários da escola e aos pais. Ainda existe muita desinformação sobre o problema e muitos acham que são brincadeiras típicas da idade. Bullying não é brincadeira, e sim um ato de extrema covardia. As consequências para as vítimas podem ser desastrosas, causando sérios prejuízos para a vida adulta.

Admitir para os pais e amigos que se sofre de bullying é sempre um desafio. Como deve ser essa conversa, a fim de evitar preconceitos maiores? Paula Nichterwitz Scherer, 15 anos

Ana Beatriz – Muitos pais são compreensivos e se predispõem a ajudar seus filhos quando os diálogos são francos dentro de casa. A vítima de bullying precisa romper a lei do silêncio, expondo-se de forma transparente aos pais e mostrando que seu sofrimento é real e por uma causa que envolve consequências dramáticas. Contar com amigos, irmãos ou pessoas mais íntimas nessas horas é imprescindível para que os pais pouco atentos comecem a tomar pé da situação. Pedir auxílio aos pais de outros alunos amigos da vítima também é uma boa estratégia. Ter medo ou vergonha de contar só reforça a violência escolar.

O que a senhora acha das medidas tomadas pelos governos, como as leis antibullying? Há outras medidas que poderiam ser adotadas?André Tonon, 18 anos

Ana Beatriz – Felizmente, as autoridades estão se mobilizando em questões de legislações contra o bullying e até mesmo penalizando os pais de agressores que são adolescentes. Os Estados, em separado, já estão elaborando suas próprias leis e juízes dando ganho de causa às vítimas. São passos importantíssimos para que brevemente tenhamos uma legislação de âmbito nacional, o que seria ideal. Outras medidas para melhorar esse panorama sombrio vêm da própria escola, juntamente com a ajuda dos professores, pais e alunos para promover campanhas dentro da própria instituição. Quando o bullying é detectado, a vítima e o agressor devem ser ouvidos pela direção da escola separadamente. Colocar um aluno frente ao outro não resolve o problema, já que intimida a vítima e o agressor costuma mentir de forma convincente. Identificar quem é o “cabeça” dessa história (geralmente é o mais perigoso) é fundamental, pois evita que ele recrute um exército de seguidores.

Qual o tipo de bullying mais cometido? Vitória Burin, 16 anos

Ana Beatriz – Em linhas gerais, se observa a violência física entre meninos, mas isso não significa que seja o mais praticado. É apenas mais visível. Mas todas as formas de violência são executadas: brigas, empurrões, beliscões, roubo de pertences da vítima, xingamentos e apelidos pejorativos, isolamento e exclusão, assédio sexual e as difamações pela internet. O bullying entre meninas também é bastante praticado, embora pouco notado, já que as meninas normalmente cometem o bullying na base da fofoca, intrigas e isolamento das colegas. No entanto, não deixa de trazer consequências muito sérias para quem sofre. Uma das formas mais agressivas de bullying é o ciberbullying, ou o virtual, que em segundos ganha proporções gigantescas por meio da internet ou de celulares, e expõe o aluno-alvo ao escárnio público. Todas as vítimas sofrem, em menor ou em maior grau, e as consequências podem destruir suas vidas futuras ou até mesmo serem irreversíveis.

Quando se pode considerar que um professor cometeu bullying e o que acontece com ele depois?Ana Julia Dias Oliveira, 14 anos

Ana Beatriz – Infelizmente, muitos alunos são intimidados, coagidos, humilhados e até perseguidos por professores, que se valem do poder de hierarquia. No entanto, para que tais atitudes sejam consideradas bullying, as perseguições devem ser repetitivas, intencionais, contra um ou um grupo de estudantes. Os alunos vitimados por quem deveria educá-los apresentam quadros depressivos caracterizados por sentimentos negativos, autoestima rebaixada, sensação de impotência, desmotivação para os estudos e queda no rendimento escolar.

(Fonte: Jornal Zero Hora - 25/08/2010)

12 de ago. de 2010

Bullying nas escolas é tema do 'Marília Gabriela Entrevista'


O programa “Marília Gabriela Entrevista” recebeu no dia 15/08 a médica, professora e pós-graduada em psiquiatria, Ana Beatriz Silva, para falar sobre seu último projeto, “Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas”. O livro traz à tona uma análise sobre comportamentos agressivos na escola e o alcoolismo entre os jovens.

Ana Beatriz começa explicando o que é bullying: “É tudo o que impede o ser humano de ter uma vida escolar saudável”. E como identificá-lo. “O bullying é intencional, repetitivo, com desnível de poder, sempre o maior contra o menor”.

Gabi quer saber ainda como ele se manifesta. “O cyberbullying é o mais comum hoje. Os agressores são mais covardes no anonimato. A criança sai do computador irritada e agressiva. Isso pode ser um sinal, mas também pode se manifestar entre a turma de adolescentes que se obrigam a beber para não serem excluídos. Os agredidos sofrem calados, por medo dos agressores e até dos pais, já que podem ser repreendidos por não serem crianças populares”, especifica a psiquiatra.

Segundo Ana Beatriz, as consequências aparecem, tanto a curto quanto a longo prazo, e os pais devem ficar atentos. “A curto prazo eles podem ter diarreia, medo, idas e vindas da enfermaria. Com o tempo vem a depressão e alguns podem chegar ao suicídio”, revela a convidada.

A diferença entre os bullers

Quando questionada sobre a influência dos vilões da ficção, a psiquiatra explica: “O sucesso dos vilões bem sucedidos e populares pode influenciar sim na vida real”. A apresentadora pergunta se os bullers podem ser considerados vítimas, de alguma forma. “Podem, sim. Existem três tipos. O agressor que vê a violência em casa e reproduz; o que passa por problemas familiares no momento; e os que têm uma índole perversa desde cedo, maltratando animais, pais, etc”, conclui.

De acordo com Ana Beatriz, o papel dos pais e das escolas é conversar, se unir e tentar encontrar a solução. “As escolas públicas estão mais preparadas do que as particulares. Não existe escola que não tenha bullying. É um exercício humano. Uma vítima de bullying precisa dos adultos. Não podem enfrentar seus agressores”, orienta. A médica conta ainda que existe diferença entre gêneros de bullers: “Meninos e meninas praticam o bullying. Meninos fisicamente e meninas psicologicamente, com fofocas, cyberbullying, etc”.
(Fonte: GNT)

3 de ago. de 2010

Colégio Americano lança campanha antibullying

Sempre engajado na luta pelo respeito às diferenças e pela igualdade de direitos entre as pessoas, o Colégio Metodista Americano lança o Projeto Antibullying, que visa manter esse mal longe dos muros da escola e criar uma conscientização para erradicar o problema da sociedade. O trabalho desenvolvido por um grupo de tutores do Serviço de Orientação Educacional e da Pastoral da instituição tem como objetivo sensibilizar a comunidade escolar contra o bullying.

O tema é abordado por professores dentro das salas de aula por meio de trabalhos nas disciplinas de Ensino Religioso, Língua Portuguesa, Educação Física e História. Os docentes focam temáticas da Lei nº 10.866, de 26 de março de 2010, a popular lei municipal antibullying de Porto Alegre.

O Americano formou um grupo de alunos que passam nas turmas e apresentam a campanha contra o bullying. Eles realizam leituras e discussões de textos relacionados ao tema. A instituição desenvolveu um sistema de tutoria, com agentes multiplicadores para maiores esclarecimentos sobre o assunto, além de um blog para debates, e também ampliou o número de palestras e exibições de filmes para reforçar a ideia de que essa prática tem que ser eliminada da sociedade.

O Americano promoveu ainda uma competição saudável para definir o logotipo da campanha. Os muros da escola trazem cartazes e folders criados pelos próprios alunos em repúdio ao bullying.

Ações contra Bullying são prioridade nas escolas metodistas

Não é apenas em Porto Alegre que as atividades ficam concentradas. No Colégio Metodista União, em Uruguaiana, o projeto antibullying se chama “Isso é legal?”. O trabalho atende as demandas sociais criando ações voltadas para o resgate do ser humano e para a busca de novas formas de compreender a vida. A ação é desenvolvida em atividades com tutores, discussão sobre sentimentos, solidariedade, respeito e resolução de conflitos. Cada aluno é orientado para realizar seu próprio trabalho de aula com todas as informações e sugestões sobre o assunto.

O União organiza um Seminário Estudantil sobre como identificar e combater a violência por meio de palestras e entrega de folhetos com orientações. O projeto é aberto a comunidade e trata também de assuntos como drogas, violência, álcool antes dos 18 anos, álcool e direção e uso indevido da internet. O encontro conta com visitas de profissionais do Conselho Tutelar, Polícia Civil, Brigada Militar, Bombeiros, Conselho Municipal Antidrogas, e de Centros de Formação de Condutores. A partir de agosto, os alunos deverão criar o Comitê Permanente de Ações Antibullying, para manter o debate do assunto dentro da escola.

Em Santa Maria, o Colégio Metodista Centenário desenvolveu o projeto “Bullying não é brincadeira”. O trabalho traz diversas atividades, como palestras direcionadas aos alunos e familiares e exibição de filmes que servem de inspiração para criação de textos. A instituição visa desenvolver ações em relação à não violência com projetos interdisciplinares.

Nos Colégios Metodistas os alunos têm acompanhamento diário e essas ações são fundamentais para manter a harmonia dentro do ambiente escolar. Os projetos ensinam a lidar com todos os tipos de diferenças e reforçam a consciência social. Jovens educados com tais valores aceitam questões de gênero, características físicas, raça, nacionalidades, necessidades educacionais especiais e todo e qualquer tipo de diversidade.

Com o desenvolvimento dos projetos esse mal continuará longe das escolas metodistas. Bullying, isso é legal? Nos Colégios Metodistas todos sabem a resposta: bullying não é brincadeira.

Informações para a imprensa com Vanesa Mello (MTB 11069)
imprensa@metodistadosul.edu.br
(51) 33161135