Uma diferença que dá origem a um apelido. Um apelido que vira uma piada. A piada que se torna uma agressão. Este é o roteiro básico do bullying, que dissemina a violência repetitiva contra uma pessoa no ambiente escolar.
Zero Hora convidou quatro jovens para conversar sobre o assunto. Juntos, John Amaral Dias, 17 anos, Ana Carolina Motta Martins, 14 anos, Marianne Silva Schaeffer, 15 anos, e Vanessa Dias de Moura, 14 anos, elaboraram uma cartilha para combater o bullying (confira abaixo).
O principal alvo do bullying é a autoestima da vítima. Com a personalidade em construção, o jovem vive em um ambiente marcado pela diferença, mas muitas vezes não a tolera. Identificar o problema rapidamente é fundamental para resolvê-lo. Mário Felizardo, pesquisador e coordenador do programa Diga Não ao Bullying, diz que o pais devem observar o comportamento dos filhos:
– Um bom indício é olhar para a vida social do filho. Ele tem amigos fora da internet? É convidado para festas? Conforme as respostas, já é possível ter um bom indício se há algo errado.
É PRECISO....
- Sair do mundinho das panelinhas.
- Não embarcar na onda dos bullies.
- Enturmar os novos colegas desde o primeiro dia de aula.
- Ser mais extrovertido em relação aos colegas.
- Não ter vergonha de si mesmo.
- Apresentar o colégio para o aluno novo.
- Vencer a vergonha de conhecer e conversar com os colegas que estão chegando.
- Ajudar a própria escola a combater o bullying.
- Respeitar as diferenças culturais e religiosas.
- Conversar para evitar brigas.
- Deixar os colegas à vontade no novo ambiente.
Veja em vídeo a conversa dos quatro estudantes sobre bullying.
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Fique atento
- As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola por medo de represálias e por vergonha.
- A observação dos pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, assim como o diálogo franco entre eles.
- Um dos sintomas é a aversão à escola, não gostar de falar sobre a rotina de aula.
- É importante ver se a criança tem amigos no colégio, se é convidada para festas e outros eventos sociais.
- Perguntas indiretas, como, por exemplo, aproveitar quando a criança está assistindo a um desenho violento e questionar se cenas como aquela ocorrem na escola.
- Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, para que seus filhos possam superar traumas e transtornos psíquicos.
BULLYING NÃO É LEGAL
- A Lei 13.474/2010, aprovada pela Assembleia Legislativa em 25 de maio de 2010, estabelece políticas públicas contra o bullying nas escolas do Estado.
- Alguns dos objetivos da lei são: disseminar conhecimento sobre o fenômeno, identificar concretamente, em cada instituição, a incidência e a natureza das práticas de bullying e desenvolver planos locais para prevenção e combate.
Fonte: Fonte: Conselho Nacional de Justiça e Mário Felizardo, pesquisador e coordenador do programa Diga Não ao Bullying.
Esta matéria foi publicada no jornal Zero Hora de 18/02/2011