13 de mai. de 2010

O que é bullying?

Bullying é uma situação que se caracteriza por atos agressivos verbais ou físicos de maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo inglês refere-se ao verbo "ameaçar, intimidar".

Estão inclusos no bullying os apelidos pejorativos criados para humilhar os colegas. E, não adianta, todo ambiente escolar pode ter esse problema. "A escola que afirma não ter bullying ou não sabe o que é ou está negando sua existência", diz o médico pediatra Lauro Monteiro Filho, fundador da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), que estuda o problema há nove anos.

Segundo o médico, o papel da escola começa em admitir que é um local passível de bullying, informar professores e alunos sobre o que é e deixar claro que o estabelecimento não admitirá a prática - prevenir é o melhor remédio. O papel dos professores também é fundamental. "Há uma série de atividades que podem ser feitas em sala de aula para falar desse problema com os alunos. Pode ser tema de redação, de pesquisa, teatro etc. É só usar a criatividade para tratar do assunto", diz.

O papel do professor também passa por identificar os atores do bullying - agressores e vítimas. "O agressor não é assim apenas na escola. Normalmente ele tem uma relação familiar onde tudo se revolve pela violência verbal ou física e ele reproduz o que vê no ambiente escolar", explica o especialista. Já a vítima costuma ser uma criança com baixa autoestima e retraída tanto na escola quanto no lar. "Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir", afirma Lauro. Aí é que entra a questão da repetição no bullying, pois se o aluno reage, a tendência é que a provocação cesse.

Claro que não se pode banir as brincadeiras entre colegas no ambiente escolar. O que a escola precisa é distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão. "Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?", orienta o médico. Ao perceber o bullying, o professor deve corrigir o aluno. E em casos de violência física, a escola deve tomar as medidas devidas, sempre envolvendo os pais.

O médico pediatra lembra que só a escola não consegue resolver o problema, mas é normalmente nesse ambiente que se demonstram os primeiros sinais de um agressor. "A tendência é que ele seja assim por toda a vida a menos que seja tratado", diz. Uma das peças fundamentais é que este jovem tenha exemplos a seguir de pessoas que não resolvam as situações com violência - e quem melhor que o professor para isso? No entanto, o mestre não pode tomar toda a responsabilidade para si. "Bullying só se resolve com o envolvimento de toda a escola - direção, docentes e alunos - e a família", afirma o pediatra.

Fonte: Revista Nova Escola

4 comentários:

  1. Parabéns à iniciativa!

    Atividades nesta área ou em outras associadas as extra-curriculares já não mais tão extra assim, nos dias de hoje, tornam-se prioridades dentro de um planejamento político-pedagógico.
    Como acadêdimo de Pedagogia e atuante na área, espero através de atividades cmo stand-up que promovo também fazer minha parte neste processo de recuperação de nossos valores culturais,cívicos, direitos e DEVERES.
    Prevenção às drogas, violência, etc. já deviam há muitos anos estarem em evidência mas políticas e estratégias baseadas no medo inibiram a todos nós e agora como consequ~encia colhemos o plantio. Deveras, 15 anos atuando em prevenção ao uso de substâncias psicoativas, antiviolência, promovo e tenho tido a pretensão de discutir as mais inovadoras ações pontuais o que em tantos eventos que como mediador estive fui contrangido a desanimar iniciativas, minhas próprias inclusive. Em total afinação com o SINEPE/RS espero agora poder no presente e no futuro contar com a simpatia e com mais iniciativas duradouras para esta área.

    Renovo minhas felicitações e estarei Orando para que tenhamos a Sensibilidade necessária para dar um verdadeiro ARRANQUE nas práticas pedagógicas mais agressivas e menos temerárias.

    Com estima e consideração a Direção do SINEPE/RS e a todos os Educadores, Docentes e Agentes Sociais que interagem com a inicitiva tão Louvável!

    Carlos Neher
    Em São José-SC
    14 de Maio de 2010
    (51) 8220-2127 (tim)
    www.espiritosantidrogas.xpg.com.br

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  2. Percebo que as escolas em geral, públicas e privadas estão sendo omissas em encarar essa problemática.Penso que duas ações são as mais urgentes: 1)esclarecimento e discussão da questão,envolvendo gestores, alunos, professores, pais e especialistas. 2)Dar voz e vez aos que estão sendo hostilizados por colegas. Isso significa não considerar as hostilidades como coisas naturais da infância e adolescência, mas sim como manifestação de comportamentos destrutivos, perversos, manifestados por algumas crianças e adolescentes. E,detectadas situações de bullying, agir de pronto, sem esperar que novas vidas sejam ceifadas.

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  3. Hoje os valores Individuais se perderam dentro dos Valores Únicos impostos pela Sociedade,e pela Mídia que é a maior formadora de opiniões.
    Não valorizamos mais o estilo único do Jovem, suas características pessoais(psicológicas) e físicas.
    Há um padrão estabelecido(é mais fácil agrupar todos de uma forma, do que valorizar o Individual)que é criado de tempos em tempos onde estabelecemos comportamentos Universais.
    Para o Jovem que está em formação, com o distanciamento dos pais no seu dia-a-dia, e a dificuldade dos Educadores de poderem ajudá-los o Bullying é uma fuga(saída) para os seus conflitos internos.

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  4. COMO PREVENIR O PROBLEMA NA ESCOLA

    Para evitar o bullying, as escolas devem investir em prevenção e estimular a discussão aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Para os professores, que têm um papel importante na prevenção, alguns conselhos dos especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar.
    • Observe com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceba se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar.
    • Incentive a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças através de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância.
    • Desenvolva, desde já, dentro de sala de aula um ambiente favorável à comunicação entre alunos.
    • Quando um estudante reclamar ou denunciar o bullying procure imediatamente a direção da escola.
    • Muitas vezes, a instituição trata de forma inadequada os casos relatados. A responsabilidade é, sim, da escola, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos.
    A agressividade infantil é um assunto bastante amplo e podemos notar suas raízes desde o início das relações das crianças ainda na educação infantil. Uma criança que morde o amiguinho até dois anos de idade, não pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda não sabe usar a linguagem verbal e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente. A intenção da criança, ao morder ou empurrar, é obter o mais rápido possível aquele objeto de desejo.
    A agressividade aparece ainda em reação a uma frustração. Birras, gritarias e chutes. Comportamento comum, porém necessário ser amenizado até extinguido mais uma vez explicando à criança que não é um comportamento adequado.
    É essencial saber discernir quando um comportamento agressivo é passageiro, por motivos temporários, como o nascimento de um irmãozinho, a hospitalização ou perda de um ente querido. Ou ainda, por mudança de casa ou escola ou se pode ser considerado como um transtorno de conduta, caso em que é necessário um acompanhamento de especialista para auxiliar a sanar o problema.
    Por volta dos três anos, as crianças já acrescentaram milhares de palavras ao seu vocabulário e começam a descobrir o prazer em brincar com o outro e se comunicar. O egocentrismo começa a sair de cena e começa a socialização. Nesta fase, o comportamento agressivo intencional, ainda aparece esporadicamente e via de regra, não apresentam uma continuidade. Já aos quatro, cinco e seis anos identificamos alguns comportamentos de discriminação que podem ter repetidamente o mesmo alvo. Aparecem os conflitos, “panelinhas”, provocações e humilhações. É aqui que pais e educadores devem estar atentos para poder inibir esse comportamento antes que ele se instale e seja mais difícil de eliminá-lo.
    Quando as próprias crianças criam as regras elas ganham um significado maior e têm um grande impacto nas ações. Deve-se também trabalhar valores morais éticos como solidariedade, compartilhamento, cooperação, amizade, reciprocidade dentre outros.
    É muito importante detectar e combater o comportamento agressivo ainda na primeira infância, pois quando a criança não encontra obstáculos ou alguém que a alerte mostrando que não é um comportamento adequado, ela percebe que consegue liderar e tirar proveito destas situações e no futuro certamente tornar-se-á um agente do bullying e, muito provavelmente um adulto violento.
    A personalidade da criança forma-se até os seis anos de idade e por isso, toda experiência e sua qualidade vivida nessa fase é de fundamental importância.

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