O tema bullying vem sendo longamente discutido e trabalhado não apenas nas Instituições Escolares, mas também por profissionais das áreas da Psicologia, Psicopedagogia, Direito, Medicina e até mesmo do Jornalismo. Hoje, sabemos que este novo termo que surge caracteriza-se por um fenômeno que há muito tempo já é identificado no mundo, discutido e trabalhado com as crianças e adolescentes nas Escolas. Porém, a sociedade vem constituindo diferentes relações cada vez mais violentas e agressivas como um todo. Devido a esta realidade, as antigas discussões, os apelidos e pequenas brigas ocorridas entre os jovens acabam tomando uma proporção maior de acordo com o modelo social vivenciado e assistido nos meios de comunicação.
Além do aumento da criminalidade, da violência e da agressividade, outros fatores contribuem para o fenômeno bullying , como por exemplo, as novas constituições familiares. De acordo com Fante (2005), as principais causas identificadas em seus estudos a respeito do tema o agressor, aquele que pratica o bullying, impõe sua autoridade frente aos demais devido “à sua carência afetiva, à ausência de limites e ao modo de afirmação do poder dos pais sobre os filhos, por meio de práticas educativas que incluem maus-tratos físicos e explosões emocionais violentas variadas” (Fante, 2005, p. 61). Ou seja, para a estudiosa, a ausência de modelos educativos humanistas são orientadores e estimulantes do comportamento da criança para a prática do bullying, induzindo-os para o caminho da intolerância, que se expressa pela não aceitação das diferenças pessoais.
Identificamos claramente a prática do bullying no dia a dia das Escolas, inicialmente pela recusa da aceitação das diferenças do outro entre os colegas. Frente a este desafio, o Colégio Nossa Senhora da Glória desde o ano de 2009 vem realizando um trabalho preventivo com os alunos, professores e funcionários da Escola, oportunizando diversificados momentos de reflexão e esclarecimentos a respeito do tema. Nestes encontros, promovemos a conscientização da importância dos relacionamentos saudáveis no ambiente escolar e do respeito às diferenças. Além disto, os professores da Escola, sob a supervisão da Coordenação Pedagógica e Orientação Educacional, vem realizando projetos interdisciplinares com as turmas nos diferentes níveis de ensino. Outras ações se fazem necessárias caso se identifique previamente atitudes que dizem respeito a possível prática do bullying em sala de aula, assim a atuação do SOE é imprescindível e de extrema importância para o acompanhamento dos alunos e contato com os familiares, a fim de trabalhar, interromper e evitar maiores conflitos.
O Colégio Glória, preocupado com o tema, desenvolve ainda outras atividades e oferece novos espaços para debates e desenvolvimento deste temário interligando atividades curriculares e extra-curriculares da Escola. Estas são orientadas por diferentes profissionais e setores do Colégio enfatizando os valores, a ética e o respeito nas relações, algumas delas são: manhãs de formação com todas as turmas de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental e Ensino Médio; lideranças protagonistas, sendo encontros realizados com os grupos de apoio de cada turma no intuito de instruí-los, também, a respeito do bullying para identificação, prevenção e atuação em sala de aula como referências frente aos colegas; grupo Atitude Jovem, que se encontra todas as semanas na Escola para debates, reflexões e possíveis ações na comunidade escolar, além de atuar no Projeto Social, criado pelo próprio grupo; e o Espaço Cultural, enfatizando o Teatro na Escola.
Todos estes são espaços oferecidos pela Escola para o desenvolvimento e incentivo de construção de relações sadias, de cuidado com a própria vida e com o outro, além de mobilizar e formar os alunos a reflexões e a ações de cidadania. Assim, o Colégio Glória preocupa-se com a formação de indivíduos capazes de pensar, conviver e serem felizes.
Letícia Maccari – Orientadora Educacional do Colégio Nossa Senhora da Glória
Referência: Fante, C. (2005). Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. São Paulo.
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