15 de abr. de 2011

RS lança comitês contra a violência nas escolas

Apresentado pelo governo gaúcho, o programa estabelece

a integração das atividades de prevenção

O governo gaúcho, aliado a entidades, deu ontem o primeiro passo na mobilização estadual contra uma chaga escolar. Com foco prioritário no combate ao bullying (agressão física ou psicológica que visa a humilhar pessoas de forma sistemática), um encontro em Porto Alegre deu início ao comitê comunitário de prevenção à violência na escola.

Apresentada pelo governo do Estado aos parceiros, a proposta prevê a união de diferentes entidades e instituições que já têm programas para coibir o problema, criando um esforço conjunto e integrado. Comitês estadual, regional e local se encarregariam de desenvolver ações de prevenção e teriam a missão de fazê-las chegar às escolas e aos seus entornos, como mostrou Zero Hora na edição de segunda-feira.

– Nossa ideia é materializar essas ações com o apoio e participação ativa de um sistema permanente de discussão da questão da violência que não só seja apropriado pelas escolas, mas pelas comunidades – afirmou o secretário estadual de Educação, Jose Clovis de Azevedo.

Há pelo menos quatro anos, equipes da Saúde Escolar atuam para combater a violência, mas a intenção agora é que parta dos próprios colégios a prevenção. Uma nova reunião, programada para a última semana do mês, articulará as primeiras atividades da iniciativa. O programa pretende estimular que as instituições promovam palestras, preparem professores para enfrentar o problema e incentivem práticas saudáveis de alunos.

A iniciativa ainda tem a pretensão de montar estatísticas sobre o assunto para traçar as estratégias com melhor eficácia. Um dos poucos dados disponíveis mostra que, no Brasil, um em cada três estudantes afirma ser vítima de bullying. O levantamento foi feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) com estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental em 27 capitais brasileiras.

Lei estadual já prevê combate ao problema

O Rio Grande do Sul já tem uma lei estadual que estabelece políticas públicas contra o bullying nos colégios públicos e privados. De autoria do deputado estadual Adroaldo Loureiro (PDT), a lei não determina o que deve ser feito, nem sugere punições aos alunos agressores ou a escolas negligentes. A ideia é privilegiar mecanismos alternativos, em que cada instituição de ensino adapte a política mais adequada a sua realidade.

A preocupação com a violência escolar aumentou no país desde o assassinato de 12 estudantes no Rio de Janeiro, na semana passada. Relatos indicam que o autor da chacina carioca, Wellington Menezes de Oliveira, era vítima sistemática de maus-tratos por parte de colegas, quando estudava no colégio que acabou se tornando alvo da matança praticada por ele.


Fonte: Zero Hora Online - 15/04/2011

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